quarta-feira, 9 de setembro de 2009

HISTÓRICO

Meu trabalho, embora inicialmente tenha partido de forma espontânea, muitas vezes inconsciente de suas intenções, não premeditou o caminho que hoje percorre na investigação dos fenômenos contemporâneos de compartimentação, fragmentação, excesso e desperdício, buscando, de alguma forma, juntando o diverso, reconstituir, o que poderia ou deveria ser, o reflexo de nossa sociedade, nossa identidade.Dentro das instituições sócio-educativas onde tive oportunidade de trabalhar como arte educadora, artista plástica, oficineira ou coordenadora, procurei promover o contato, dentro da medida do possível, tanto de educandos, quanto de educadores, incluindo profissionais de outras áreas, com o maior número de referenciais artísticos das mais variadas formas de expressão, procurando, inclusive, através do reconhecimento do potencial criativo de todo ser humano, realizar experimentações integradas de expressão artística.Tenho uma forte relação com a problemática ambiental que se originou de trabalhos de ilustração que desenvolvi para livros e apostilas com esta temática. Paralelamente, minha produção artística que muitas vezes, carecendo de recursos matérias, havia excursionado para os descartados, encontrou sustentação, justificativa e sentido para aprofundar a pesquisa e a disseminação destes recursos, tão ricos e tão desperdiçados.Estes exercícios me possibilitaram perceber e compreender a força da diversidade, um tesouro a ser descoberto (considerado) e explorado pela humanidade. Meu trabalho, individual ou coletivo, caminha para este objetivo.Recolho cacos de espelho na rua sempre que os encontro.Recolho objetos que, por algum motivo estão na rua, fragmentados, gastos, corroídos, magnificamente, sob um ponto de vista estético pessoal, prontos para serem expostos em um Museu de Arte.Reorganizo cores, formas e texturas de imagens recortadas de revistas e jornais. Também guardo todo o lixo não orgânico, resultado de meu consumo diário. Com estas matérias primas, corto, rasgo, serro, furo, monto, prego, amarro, colo, grampeio... Crio e construo metáforas. Agora, ando às voltas com as sementes, procurando com elas, frestas entre o cimento e o asfalto para viabilizar sua (nossa) proposta de vida.

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